terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Confraternização do Geraldo Thadeu


Confraternização do Geraldo Thadeu com companheiros de  futebol profissional.

Por Rosângela Martelli


Para mais uma confraternização o ex atleta jogador de futebol  Geraldo Thadeu Pedreira dos Santos reuniu-se com alguns companheiros da década de 60 no chalé Lago do Sul, lugar privilegiado de Alfenas onde a natureza é exuberante.Estiveram presentes José Neto ,Dom Pedro, Mandioca, todos ex jogadores.
Também estiveram presentes seus companheiros de Tiro de Guerra,Maurílio Peloso,Lila , Luiz Antônio e outros amigos. Com muita descontração e lembranças da época a diversão foi garantida. Presença indiscutível foi de Vanira esposa de Geraldo Thadeu que recebeu todos os convidados com muita elegância.


Esquerda:Luiz Antônio Neto,Geraldo Thadeu,Lila e Maurílio Peloso. Companheiros do tiro de guerra


Com Dom Pedro

Esquerda de preto:Mandioca,Rodrigo,Geraldo Thadeu,Antônio de Pádua,Donizete ,Josè Neto,Antônio Carlos e Neno.


   Esquerda: Dom Pedro, José Neto,Geraldo Thadeu,Antônio de Pádua Bianchini,Mandioca,Antônio Carlos


Com José Neto e Antônio de Pádua Bianchini



Por Marília Cabral

Por falar no Deputado eu não resisti e resolvi postar as fotos dele no Carnaval de Poços de Caldas, desfilando no BLOCO EM CIMA DA HORA!





Palavras do Dep. Geraldo Thadeu em sua página pessoal do Facebook:




Hoje vamos mais uma vêz para a avenida com o Bloco Em Cima Da Hora. Uma alegria só, crianças, enfim de todas as idades fazendo muita fulia e não tem quem não gosta de ganhar as balinhas e participar deste momento especial. Vamos lá curtir com a gente. Vamos abrir o desfile das Escolas de Samba. Esperamos vocês!!!



  

  
Alegria esfuziante de quem tem o coração puro de uma criança! Adorei tudo! Abraços amigo Geraldo Thadeu e que Deus conserve essa alegria sempre!


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Crônica Ladrão de galinha e o pó de café

A Crônica Ladrão de galinha e o pó de café...O crime tá prescrito. Então...Pó de Café?.....Ladrão de Galinha?............Crime Prescrito? Calma...


Por Fred Bernardes


 O café foi introduzido por Francisco de Melo Palheta no século XVIII. Recebera-as de presente das mãos de Madame dá Orvilliers, esposa do governador de Caiena. Ora, como a saída de sementes e mudas de café estava proibida na Guiana GoFrancesa, é licito pensar que o aventureiro português recebeu de Madame não só os frutos, mas outros favores talvez mais doces. As mudas foram plantadas no Pará, onde floresceram sem dificuldade. Mas não seria no ambiente amazônico que a nova planta iria tornar-se a principal do país, um século e meio mais tarde. Enquanto na Europa e nos Estados Unidos o consumo da bebida crescia extraordinariamente, exigindo o constante aumento da produção, o café saltou para o Rio de Janeiro, onde começou a ser plantado em 1781 por João Alberto de Castello Branco. Tinha início, assim, um novo ciclo econômico na história do país. Esgotado o ciclo da mineração do ouro em Minas Gerais, outra riqueza surgia, provocando a emergência de uma aristocracia e promovendo o progresso do Império e da Primeira República. Penetrando pelo vale do rio Paraíba, a mancha verde dos cafezais, que já dominava paisagem fluminense, chegou a São Paulo, que, a partir da década de 1880, passou a ser o principal produtor nacional da rubiácea (café). Na sua marcha foi criando cidades e fazendo fortunas. Ao terminar o século XIX, o Brasil controlava o mercado cafeeiro mundial. ( Google) O café é um produto que impulsiona a economia brasileira desde o inicio do século XVIII até hoje. Concentrado a princípio no Vale do Paraíba e depois nas zonas de terras roxa do interior de São Paulo e do Paraná e hoje se encontra em vários estados do Brasil. Minas é o estado com maior produção nacional. O grão é um dos principais produto de exportação do pais. (Google) 

 Alfenas ano 1969.....anos de chumbo 
 No dia 13 de dezembro de 1968, há 44 anos, o governo de Costa e Silva baixava o Ato Institucional nº5. O decreto, que vigoraria por prazo indefinido, dava ao presidente o poder de cassar políticos, fechar o Congresso, suspender o habeas corpus, impor censura prévia à imprensa, aposentar compulsoriamente professores universitários e prender dissidentes.Naquela sexta-feira 13, ficaram para trás o mundo das passeatas, da irreverência anárquica, dos festivais de música e do tropicalismo e se intensificaram as cassações, o exílio, a tortura e a censura. A repressão passou a ser a regra do jogo a partir do episódio, que ficou conhecido como "o golpe dentro do golpe"........... (Google)




 O protesto da população e principalmente dos estudantes contra a Sul Mineira cessou. Sempre nosso querido advogado e professor de português estava lá no bar do Mauricio Lomonte pronto para nos defender. Nos fins de tardes eramos presenteados com lindas canções que tocavam no Cine Alfenas,tb íamos na barbearia do Waldemar jogar pebolim ou no clube XV jogar sinuca. Mas o principal era o bate papo nos bancos da praça,(4 sentados no encosto e 4 na parte debaixo,quando a PM chegava a gente descia ),ali eram marcadas as galinhadas.
 Na rua Bias forte morava os padrinhos de casamento de meus pais,na sua casa eles tinham um mercadinho que vendiam banana e nos fundos tinham um galinheiro, alvo frequente do pessoal das galinhadas. O visitante principal do galinheiro morava bem próximo, então foi marcada a galinhada ,o moço era treinado, com uma mão batia no peito da galinha e colocava a outra na frente. Com o susto a galinha tirava o pé do poleiro e colocava no outro braço dele,logo em seguida ele destroncava o pescoço da coitada.Era mole não era a primeira vez , a técnica era apuradíssima. Mas.... neste dia.....aconteceu um imprevisto....a madrinha de meus pais acendeu a luz,abriu a janela e deu um “Grito...ROQUE CÊ NUM LAVÔ O CUADÔ DI CAFÊ VEIO”,e lavou o coador de café.O larápio estava debaixo da janela tomou um banho de pó de café, esperou um pouquinho e foi embora com a mão vazia,todo sujo. Bem o café protegeu o patrimônio, e o crime está prescrito. Fred Bernardes.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Crônica de uma Ressaca Anunciada

Por Grilo Cambui com ilustração de Milton Kennedy.

                          Pra fugir do estresse que, hoje em dia, não poupa nem nós, cidadãos interioranos, um grupo de amigos, do qual faço parte, resolveu aceitar o convite de um nosso conterrâneo que escolheu Alfenas pra morar, para que lá fossemos passar um fim  de semana.
                            Era tardezinha de sexta-feira quando lá chegamos. Nosso amigo havia alugado um sìtio, a beira da represa, onde ficaríamos hospedados e onde faríamos ainda aquelas reuniões de que só os homens têm a capacidade de elucubrar. Os mais variados ‘’enes’’ de °GL seriam então ingeridos e misturados a uma comilança sem restrições. Uma verdadeira orgia gastro-intelectual.
                            Já com os devidos copos na mão, depois de colocarmos as fofocas/notícias em dia – quem duvida que homens também fofoquem?! – Discutimos de tudo. Política, trabalho,  cinema, literatura, televisão e futebol, esse último tema entre onze das dez rodas de homens pesquisadas.
                             Um de nossos amigos figura já folclórica por ser o maior e melhor em tudo e, por sorte do nosso anfitrião e minha sermos simpáticos ao mesmo time, contava suas vantagens. Vantagens que não se restringiam somente ao futebol mas em qualquer que fosse o embate. Para rebatê-lo dizíamos saber que ele era mesmo bom só no jogo de peteca. Lógico que ele se esquivava dessa menção.
                               Bebemos a noite inteira, a maioria na cerveja. Alguns bebiam vinho, outros, caipirinha e, este nosso personagem, só na cachacinha. Terminamos a noite ao sabor de uma iguaria que em nossa cidade carrega boa fama, macarrão com rã.
                                No outro dia, após rápida passagem por Alfenas para um café da manhã na padaria, voltamos ao sítio e novamente começamos as devidas saudações aos deuses da bebida e da gastronomia. Bebi cerveja por toda manhã e tarde ao som, como na noite anterior, de uma roda de samba. Nosso amigo, firme ainda na cachacinha, se revezava nos instrumentos e mostrava ter nenhuma intimidade com nenhum deles. Mesmo assim, considerava estar abafando, apesar dos protestos de todos.
No fim da tarde, como fiel roqueiro que sou, já não agüentando mais tal tortura(!), fui ouvir um sonzinho num dos carros dos amigos Um desses amigos, sabedor de que sou chegado num whisky 12 anos, trazia me uma dose, atiçando meu antigo hábito. Novamente viramos a madrugada, eu e minhas doses, meu amigo na pinguinha e os outros com seus copos ‘’furados’’ de cerveja.
                            A mistura me cobrou caro. No domingo, não podia me levantar e não passar mal. A ressaca de que era eu ciente, veio ‘’braba’’. Meu colega, o da pinguinha, agora portando um como com o mesmo whisky de que não dei conta da garrafa, me confrontava alegando ser ele, apesar de dez anos mais velho que eu, ter uma saúde de ferro, no que, devido a minha situação, começava a concordar com ele.
                          Resolvemos voltar para nossa terra. Mas antes, almoçaríamos em Fama. Nem o prato de traíra tão famoso, de que sou conhecedor, é claro, me fez sentir fome. Água me bastava e cabia naquele momento. Meu amigo, de novo com uma dose de pinga na mão se gabando de suas bem sucedidas estripulias alcoólicas me aconselhava a procurar um médico. É claro que não lhe dei atenção. Conheço, ou acho que conheço bem, meu organismo. Aquilo não passava de ter me consentido beber mais do que me era de costume, alem de ter misturado bebidas, primeira regra que sempre deve ser levada em conta.
                                   Dias depois em minha cidade, fiquei sabendo através de parente de nosso personagem que ele tinha sentido um ‘’pire-paque’’ e que os exames de TGO, TGP e Bilirubinas, feitos por ele, haviam dado alterações.

*Depois de consultar e se tratar, voltou a repetir suas mesmas atuações, no que alego a ele que seu médico fora milagroso e o devolvera à tenra idade dos dezesseis anos!!


                                                                                                                                                                                 Grilo



terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Dedos de Prosa por Waldir de Luna Carneiro

Estive em Alfenas esse final de semana e li no Jornal dos Lagos esse texto do Waldir de Luna de Carneiro que achei espetacular. Sendo ele sempre surpreendente nada que eu disser será suficiente para expressar a admiração que tenho por ele. Espero que gostem. E o carnaval já está a nos atropelar!
 Allah-la-ô, ô ô ô ô ô ô
Mas que calor, ô ô ô ô ô ô
Atravessamos o deserto do Saara
O Sol estava quente, queimou a nossa cara
Allah-la-ô, ô ô ô ô ô ô
Mas que calor, ô ô ô ô ô ô...





Dedos de prosa
WALDIR DE LUNA CARNEIRO 
Teatrólogo





VOZES DO PASSADO - Se bem me lembro, um  toque de campainha, dois sorrisos: "Poderia nos falar, no Centro Acadêmico, dia tal, tal hora, sobre o conflito das gerações?"
São duas mocinhas simpáticas que me deixam a coçar o pelo da barba. A resposta não sai. Conflito? Esbugalho os olhos. Uma delas é positiva: "Há conflito de gerações!  Pai versus filho, mães versus filha etc. etc." 
- Irmão contra irmão, juntei, Caim contra Abel? É isso?
-"Não, não, explode a magrinha, é coisa atual, não bíblica!"
Comecei a ratear, dizendo não ser homem de conferências, que nada poderia dizer aos jovens porque essa história de conflito era a mais supina papagaiada do orbe.
Conflito houve e haverá sempre, ao que se saiba,  o mundo ainda não virou mingau e nem cemitério. Saint Exupèry dizia que odiava a sua época com todas as suas forças porque nela morria-se de sede. Época de publicidade e computações, de regimes totalitários e de exércitos sem clarins, sem missa pelos mortos, e juntava: "Não se pode mais viver de geladeiras, politica, balanços e palavras cruzadas".
As duas mocinhas  entreolharam-se, sem atinar com o meu palavrório que lhes parecia obtuso. Este, o do Exupèry, é um belo conflito, não acham? Ele se arrepiava  com seu tempo. Não são apenas os moços que se coçam diante das injustiças e da estupidez do mundo.
Dizia o poeta aviador que não havia senão um grande problema: dar aos homens uma significação espiritual, inquietações espirituais. Fazer chover sobre eles alguma coisa que se pareça com um canto gregoriano. Não há conflito entre gerações, minhas filhinhas; tenho uma neta que me sobe pelas pernas e um filho que se abaixa para me abraçar; um e outro me entendem perfeitamente, não lhes peço que não fumem, ou que não metam o dedo na boca como não me pedem que deixe de ouvir Hendel. Que tolice é essa de conflito de gerações se estamos todos em perpétuos conflitos com o mundo que nos cerca?
Raramente me embalo e ia de primeira, pisando fundo: O sonho dos governos é manter o povo como gado manso, polido e tranquilo. O homem hoje é apenas definido como produtor e consumidor e para todos o problema essencial, básico, é o da distribuição; é o homem-robô, o homem-formiga e que afinal acaba castrado de todo o seu poder criador. Este é o mais contundente de todos os conflitos, minhas queridas, o conflito do espírito contra a matéria e não do jovem contra o velho. Ultimamente tem se enveredado por este fácil caminho de conflito entre gerações que deveria explicar ou solucionar os problemas do mundo, quando o que há é uma imensa fome de Deus. Infelizmente este apetite não está bem claro, bem definido, há milhões de baboseiras a desviar os homens do único alimento que é realmente vida. Estamos, jovens e velhos, perdendo a pista de Deus.
Temos que entrar em conflito com as tolices de certos filmes, de programas idiotas de TV,  de entrevistas cretinas, de livros ruins. O conflito que existe é entre  a inteligência e  a estupidez e não entre velhos e moços.
Ofereci-lhes balas chita. Não aceitaram e saíram decepcionadas.


Fonte: Jornal dos Lagos





domingo, 12 de fevereiro de 2012

De médico e louco...



Por JÚLIO CÉSAR DA PAZ             
Radialista, Maestro e professor de arte

Os dois moços atravessaram a mão inglesa, sentido
Igreja Matriz, após um agradável café na lanchonete
da praça. Júlio trazia consigo um caderno de partituras e uns CDs eruditos. Guilherme portava sua preciosa câmera fotográfica, que só deixava seu ombro - onde vinha à tiracolo - para fotografar uma curiosidade ou uma cena digna de suas lentes importadas.
Ao fim de uma animada conversa, quando já ensaiavam a despedida, deram de cara com a Sônia, que veio ao encontro de ambos, sorridente, com ar de festa.
Ao encontrar os dois, Soninha (assim a chamam) pôs-se a conversar com Júlio sobre um projeto que seria  realizado ali, dentro de poucos minutos; enquanto Guilherme, sisudo e com ar de intelectual, estudava o entorno à procura de um flagrante para suas novas lentes.
Em poucos minutos de conversa, a moça explicou que estava aguardando um gesto de seu assistente para iniciarem a gravação de um vídeo para a TV, cujo conteúdo  seria a apresentação da UTI móvel do hospital, uma inovação na área de saúde. Para isso, sua equipe preparou uma encenação. Enquanto ainda falava, um rapaz lá do outro lado da rua fez sinal com as mãos, que foi respondido afirmativamente por Soninha.
Não demorou muito, um Citröen prata, dirigido por uma garota, fez a curva, entrando na mão inglesa e atingindo  em cheio um rapaz que atravessava a rua com sua pasta de estudante sob o braço direito. Pânico geral!
Os transeuntes e a garotada, que descansava à sombra de uma árvore, correram em socorro do moço, que jazia  inconsciente no chão.
Guilherme, que ouvira o estrondo, num reflexo pôs a câmera de lado (algo raro!) e saltou para frente, deixando seu  espírito solidário ditar as ordens, sem, contudo, prestar atenção  aos amigos que tentavam lhe explicar a farsa.
Intrometido, o rapaz que estudara medicina foi em direção ao acidentado, tomou-lhe o pulso e gritou para o povo que se aglomerava:

- Todo mundo para trás! O acidente foi grave, não estão vendo? Já estudei para médico e sei o que estou fazendo. Alguém aí, ligue para o hospital, urgente!... - tomou de novo o pulso do rapaz inconsciente e falou: -O moço está quase sem batimentos. Liguem já para os bombeiros! Façam alguma coisa, pelo amor de Deus!!
O pessoal da TV estava em cima, filmando a cena burlesca que estava fora do script. Soninha e Júlio se entreolhavam. Não havia o que fazer a não ser esperar.

E eis que surge a UTI. A multidão em volta abriu caminho. O carro entrou e os paramédicos, vestidos como extraterrestres, desceram com equipamentos ultramodernos.
Agora sim! Guilherme podia passar o bastão aos homens competentes e se gabar de ter cumprido a  missão de samaritano. Falou a um dos médicos:
- Cuidado! A batida foi violenta e o cara não está nada bem! Vocês sabem, né? Fiz cinco anos de Medicina  e chequei a situação: a coisa vai mal! - levantou-se e veio ao encontro dos amigos, que continham-se para não rir.
- Viram?! Como é que se pode andar tranquilo nesta cidade? É descuidar um pouco e ser atropelado. Se não fosse um bom cristão ligar para o hospital e pedir socorro...
 Aliás, perceberam a rapidez desses médicos? - Guilherme, você não viu nada de estranho nesta ação toda? - perguntou Sônia, esboçando um sorriso malicioso.
- Que quer dizer com estranho?
- O acidente; a rapidez com que esse pessoal chegou até aqui; a UTI móvel do hospital; a TV presente no local...?
- Claro que percebi! Mas, o que isso tem a ver?!
- Tudo isso era apenas uma simulação para mostrar a agilidade da UTI móvel adquirida pelo hospital.
- Ah, meu Deus! Só agora é que vocês me falam? Me deixaram pagar esse  mico, seus amigos da onça?! - e saiu furioso...


Fonte: Jornal dos Lagos

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

A Ressurreição do morto


By Marília Cabral com ilustrações de Milton Kennedy!

Lá pelos finalmente dos gloriosos anos 60, minha família e eu morávamos, como sempre, na então Chácara do Chafariz, com frente para a Rua Ministro Salgado Filho e fundos para o Chafariz das Duchas. Éramos 5 irmãos sendo eu a primogênita, Raimundo, Eugênio, Ângela e o caçulinha Marcos. Uma tradicional família mineira com seus costumes de época,  pais severos, uma avó doente e um avô único que será tema de outros contos.
                   Um lindo sábado de verão com o sol ardendo, Raimundo, vulgo Dinho, entra esbaforido em casa com um pedido:
-Mãe, mãe,mãeeeeeeeeeeeeeeeeee, posso ir jogar bola no Pinheirinho com meus amigos?
Minha mãe nem pensou para responder:
-Não, e já vou explicar porque não, porque quem manda aqui sou eu e não vou deixar e pronto e acabou!
Dinho despencou a chorar e acenava e dizia:
-Mas mãe não tem perigo nenhum eu não vou passar nem perto do açudinho...
-Se falar mais uma palavra ainda vai ficar de castigo!
Dinho cabisbaixo juntou seu radinho e foi curtir fossa no quarto por um tempo.
                   Não se passaram 4 horas recebemos a notícia que chocou todos da rua, os 4 meninos que foram eram todos vizinhos e muito queridos, após o jogo resolveram nadar no açudinho e para nossa tristeza um deles se afogou. Os outros até tentaram ajudar, um deles até quase se afogou também, mas infelizmente ele se afundou e não voltou mais a tona, pois ficou preso em galhos. Naquela época não havia bombeiros ou mergulhadores, e os que se atreveram a mergulhar não conseguiram achá-lo. Veio então o Corpo de Bombeiros de Pouso Alegre e depois de muita agonia e de 3 dias de espera, acharam então o   Euclides  (nome fictício). Lembro-me que a tristeza era muito grande afinal era a primeira vez que perdíamos alguém tão próximo.
Conseguimos convencer minha mãe a nos deixar passar a noite no velório  que foi na casa dele. Aquela tristeza doía lá bem no fundo e por ali ficamos cabisbaixos e conversando sobre o acidente, as vezes na sala outras vezes sentados na beira da calçada.    Lá pelas duas da manhã a noite tinha esfriado e nos sentamos na sala, quando a mãe do Clidinho começou a dizer que ele estava se mexendo, que estava vivo, e que se chamasse um médico. Todos foram ficando assustadíssimos e um cochichava com o outro e virou um burburinho só da criançada.
De repente o caixão começou um nhéeeeeeeeeeeeeeeeeeec  e só vimos  as pernas do Clidinho se levantando e flores voando para todos os lados. Adivinha quem ficou dentro da casa? Ninguém, nem a família dele. Era molecada pulando janela, pulando mureta, parecia um estouro de manada, mas era um estouro de molecada. Peguei nas mãos de dois de meus irmãos e gritava para o outro correr, e corremos muito. Chegamos em casa sem fôlego acordando meu pai, homem sem cisma que de nada tinha medo.
- Acorda pai que o Clidinho não morreu, corre pai ele se levantou do caixão, vai lá procê ver!
                   Meu pai coçou os olhos, colocou os óculos, pensou...e falou sério:
-Se não foi ele que morreu fomos nós então...Deve ser a ressurreição dos mortos!
Mas levantou-se e lá foi ele rua afora de pijama, entrou na casa e viu que o Clidinho estava com os joelhos dobrados assim como tinha ficado os três dias dentro d’água. A funerária foi chamada e o velório prosseguiu, mas claro sem a molecada, que durante muitos anos nem na porta da casa passava de tanto medo.


Aconteceu em Alfenas(MG).Caso Verídico com o nome trocado para proteger a família!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Blog do nosso colaborador ganha troféu 'Kantinho Mágiko'

         Nosso colaborador Milton, recebeu em janeiro uma homenagem pelo trabalho que ele realiza em seu blog. Confiram abaixo a reprodução da postagem:

http://miltonkennedy.blogspot.com

         Em janeiro tive uma agradável surpresa que gostaria de compartilhar com todos que me acompanham, afinal vocês fazem parte deste êxito: o blog recebeu o troféu “Kantinho Mágiko”! Yeeeaaah!

Troféu Kantinho Mágiko

         Esta premiação, criada pela professora Márcia Raquel de Florianópolis, é uma forma de homenagear blogs comprometidos com a informação, ética e a magia de encantar seus seguidores. E eu estou super feliz pelo blog ter sido um dos escolhidos (foram oito sites contemplados).
Idealizado pela Márcia, o troféu confeccionado em madeira, trás a letra K representando o Grupo de Blogs da Kekel e uma simpática bruxinha (símbolo da cultura de Florianópolis), que também é conhecida como Ilha da Magia.
Valeu galera, esse reconhecimento é graças a vocês!

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